Dinheiro e felicidade: como nosso comportamento altera expectativas

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Dizem que o dinheiro não traz felicidade, a satisfação plena pela vida. Mas isso é relativo e, de fato, se justifica àqueles que dão ao dinheiro determinado poder sobre suas vidas, suas escolhas e decisões. Certamente as pessoas que possuem mais dinheiro encontram algum favorecimento na vida por terem condições de alcançar padrões de bem-estar pessoal, mais acesso à educação e à saúde, não há como negar tal fato. Assim, o dinheiro permite estabelecer um certo nível de proteção, maior facilidade a criar “defesas” quando houver algum infortúnio na vida. Por exemplo, quando alguém adoece ou tem algum problema e precisa pensar em dinheiro para resolvê-lo, esse problema pode aumentar quando o dinheiro falta.

Mas a felicidade pode também ser entendida como um traço de personalidade. Dizem que pessoas felizes podem se tornar mais ricas que as que não se sentem do mesmo jeito. Talvez seja porque pessoas felizes se dão melhor na economia do que as pessoas infelizes. O dinheiro é de fato importante quando coisas ruins acontecem, já concordamos. Pessoas felizes, por outro lado tendem a ser mais condescendentes com sua realidade ao invés de desejar ter isso ou aquilo ou desejar estar em outro lugar. Portanto, podemos inferir que existem questões relevantes a tratar da complexidade e sutileza em nossos processos de decisão financeira.

Vencer o medo da incerteza é possível

Todos os dias nos deparamos com decisões financeiras a cada instante em que estamos diante de uma transação financeira: devo pagar à vista ou parcelar? Melhor se comprar agora ou deixar pra depois? E se eu economizar mais… ou devo realizar um sonho já?

Temos a chance de melhorarmos nossa consciência em relação a gastos e receitas para alcançarmos estágios superiores de educação financeira. Mas para isso precisamos superar nossas crenças limitantes: dinheiro não é raiz do mal da sociedade ou de que não é possível progredir financeiramente com o país do jeito que está. E também devemos abdicar da idéia de que investimento é só pra quem já tem muito dinheiro.

Quando exercitamos algumas de nossas competências sociais, acionamos importantes sistemas cognitivos que nos colocam diante de nossas decisões. Enfrentar medos e receios com segurança e autoconfiança, por exemplo, nos ajudam a compreender a importância da proteção de caixa (do saldo financeiro líquido) como elemento determinante na gestão financeira em época de crise, como essa em que vivemos atualmente. Ser organizado(a) e aprender a priorizar gastos revela atitudes e valores responsáveis para o período de “vacas magras”. Como nos ensina Daniel Kahneman em sua obra-prima “Rápido e Devagar: Duas Formas de Pensar”, quando você presta atenção numa ameaça, você se preocupa – e os pesos de decisão refletem até que ponto se preocupa.

O papel da família

Fazer planejamento financeiro familiar permite que pensemos possibilidades e encaremos decisões que conciliem nossas oportunidades. As famílias, independentemente de sua faixa de renda e salários, possuem diferentes prioridades e exercem opções de preferências variadas na utilização de seus proventos, em função de suas probabilidades de ganho e perda de recursos, mais do que como estados de riqueza. Pais e Filhos podem aprender muito no exercício do diálogo saudável a respeitar escolhas individuais, priorizá-las quando trouxerem à mesa, entender bem o valor real das coisas e dos sonhos e a importância de negociar, além de pesquisar mais detidamente sobre custo/benefício de uma escolha coletiva e até mesmo fazer planos de curto e médio prazo juntos.

Pondere sempre

Quando agimos financeiramente com ponderação e confiança, amadurecemos nosso processo de escolhas, o que permite facilitar a análise de riscos e ter mais confiança diante das diferentes opções de decisão. É bom lembrar que todo processo de escolha bem sucedido começa com um planejamento eficaz para alcançar bons resultados. Mas tudo o que fazemos nesse campo das decisões é efeito de nosso julgamento sobre os resultados de um evento que acreditamos serem prováveis acontecerem. E de fato, porque nós não aceitamos tão bem o nível de incertezas e de desconhecimento das circunstâncias em que operamos, o melhor a se fazer é focarmos no percurso do processo de decisão e não tanto apenas em seus resultados para não tornar nossas decisões enviesadas.

Nos próximos dias, vamos abordar mais aspectos sobre o jogo de forças que existe entre a sensação de felicidade e a forma com que cuidamos do nosso dinheiro. Acompanhe nosso feed e confira!

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