Diante do atual cenário de crise financeira no mundo pós-pandemia, em que muitos chefes de família perderam seus empregos, ficou ainda mais evidente a necessidade de valorizar algo que ainda não faz parte da cultura brasileira: resiliência financeira.
O que queremos dizer por resiliência financeira?
Resiliência é um termo originalmente utilizado no campo da Física, sendo relativo à característica que alguns corpos possuem de retornar à forma original após terem sido submetidos a uma força que causa deformação. Em nossa expressão, aplicamos essa palavra para conotar a capacidade de se adaptar às situações adversas ou imprevistas no orçamento. Neste artigo, Gustavo Cerbasi, especialista em inteligência financeira, apresenta algumas dicas para buscar a resiliência em tempos de crise, tais como optar por pagamentos à vista em vez de compras a prazo, reduzir gastos fixos como moradia e transporte e aumentar a proporção de gastos variáveis, assim como criar uma reserva de emergência para manter a estabilidade dos planos diante de imprevistos.
Construindo sobre essa ideia, queremos saber aqui: qual o papel dos filhos na busca pela resiliência financeira familiar?
Se você é pai ou mãe e está diante do desafio de equilibrar as finanças em tempos de crise, responder a esta pergunta se tornou fundamental. As crianças podem – e devem! – colaborar pelo equilíbrio financeiro da família. Pais e filhos podem aprender muito no exercício do diálogo saudável sobre como cuidar das finanças da casa, entender bem o valor real das coisas, a importância de poupar, negociar e fazer planos de curto, médio e longo prazo juntos. Aqui, nós apresentamos que isso pode começar de um jeito muito simples, por meio daquilo que chamamos de mini-hábitos na gestão financeira familiar.
O poder dos mini-hábitos
Quando pensamos em adotar novos hábitos na lida com nosso recursos, geralmente ficamos com aquele pensamento: ok, agora vou começar a tomar nota de todos os meus gastos, atualizar aquela planilha de receitas e despesas, não comprar nada compulsivamente, etc. Ou seja, estabelecemos hábitos que muitas vezes não conseguimos cumprir, e assim que cometemos um primeiro deslize, ficamos desencorajados em perseverar. No cenário em que se tem administrar os gastos de uma família, isso ainda fica mais difícil, já que a mudança de pensamento e atitude deve partir não só de uma pessoa, mas sim de todos os membros da casa.
O primeiro passo poderoso para superar isso é o que chamamos de “mini-hábitos da gestão financeira familiar”: ações muito simples que todos da família conseguem colocar em prática sem muito esforço. Por mais que, num primeiro momento, pareçam não gerar grandes resultados de maneira imediata, ou ainda que não sejam diretamente relacionados ao uso do dinheiro, mini-hábitos têm o poder de alavancar um processo de mudança positiva no longo prazo. Ou seja, eles tornam mais fácil adotar, de maneira gradual, hábitos saudáveis na gestão financeira que consideramos difíceis de serem incorporados no quotidiano.
Nos próximos dias, vamos apresentar alguns desse mini-hábitos para situações quotidianas, com um foco especial para a relação entre pais e filhos. Acompanhe nosso feed e descubra como despertar a consciência de crianças e adolescentes sobre esse assunto, entendendo que eles, desde a tenra idade, podem ser agentes de mudança em sua casa.