Na última matéria no nosso blog, tratamos um pouco sobre a questão de que não somos tão racionais assim quando o assunto é tomar decisões financeiras, em especial em situações que envolvem risco. Desta vez, vamos aprofundar esse assunto, dando mais informações sobre um campo de estudos novo e muito importante para a compreensão de como nós tomamos nossas decisões. Trata-se do campo da economia comportamental (ou Behavior Economics).
O que é economia comportamental?
Antes de entender esse assunto, é importante entender o que é economia. Segundo a Wikipedia, Economia é uma ciência social que analisa tanto a produção, distribuição e consumo de bens e serviços quanto a atividade econômica, sua gestão e aplicabilidade prática. O termo economia vem do grego οικονομία, que significa de modo simples ‘gerir, administrar’, ou “administração doméstica”.
Isso posto, já dá para perceber: o estudo da economia é muito complexo. Isso porque os economistas se propõem em entender a sociedade, os indivíduos, as relações de troca, mercadorias, produção, etc, para assim fazerem previsões do que vai acontecer todas essas relações.
Como que um campo de estudo consegue fazer tudo isso? O caminho da chamada Economia Clássica sempre foi fazer abstrações da realidade para então construir modelos econômicos. Ou seja, para fazer previsões, os economistas simplificam a variável do comportamento humano, considerando-os sempre como agentes racionais. Embora isso tenha sido considerado válido por muito tempo, sabe-se hoje que se trata de uma forma equivocada e pouco confiável para prever o futuro das relações econômicas, já que as pessoas não são tão racionais assim.
Aí que entra a importância da economia comportamental: uma forma realista de entender como as pessoas tomam decisões com o dinheiro e na sua vida de forma geral.
A economia comportamental compreende que nós não somos serem totalmente racionais nas nossas tomadas de decisão. Ela entende que buscamos rapidez no processo decisório, temos dificuldade em equilibrar interesses de curto e longo prazo, somos influenciadas pelas emoções e pelo comportamentos dos outros, e que temos vieses que influenciam como vemos a realidade e como fazemos escolhas. Em outras palavras, é abraça o fato de que somos seres imperfeitos, inconstantes e complexos, e que portanto não é tão simples assim prever como será o nosso comportamento.
Como isso é possível? Os economistas comportamentais (também chamados cientistas comportamentais) resgatam o aspecto humano na economia utilizando conhecimento do campo da psicologia. Como resultado, eles conseguem fazer análises e previsões muito mais confiáveis sobre como as pessoas vão tomar as suas decisões e assim colaborar mais eficientemente para os agentes que utilizam essas informações para agirem estrategicamente.
Economia comportamental e educação financeira
A economia comportamental é uma grande aliada da educação financeira pois ela busca evidenciar os chamados “vieses comportamentais” aos quais todos os seres humanos estão sujeitos em suas escolhas. Segundo Flávia Ávila, especialista na área, de todas as nossas decisões, as que tomamos em relação ao dinheiro são provavelmente as que mais demandam autocontrole e comprometimento. Ao considerarmos que educação financeira consiste em dar informação, formação e orientação para que as pessoas sejam conscientes das oportunidades e riscos nas suas escolhas financeiras, temos na economia comportamental uma excelente aliada no esclarecimento da forma curiosa com que pensamos quando o assunto é dinheiro.
Programa EduCash: despertando essas discussões desde criança
Embora tudo isso pareça algo complexo demais para explicar para uma criança, o Programa EduCash desenvolve, de maneira simples e divertida, reflexões que colocam luz à forma pouco racional com que fazemos nossas escolhas com dinheiro. Por um lado, ele oferece às crianças games como ferramenta de engajamento, os quais levam a pensar na relação entre tomadas de decisão e gestão das emoções. Por outro, ele mostra como aplicar os aprendizados na resolução de problemas reais, desenvolvendo projetos que envolvem conhecer a realidade de indivíduos, famílias e comunidades e como eles podem ser ajudados a pensar e agir com o dinheiro de forma mais consciente.
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